terça-feira, junho 08, 2010

Gulliverisation

Photobucket
a propósito do Dubai,
da minha tese
e de perceber o que me fascina na arquitectura;

lembro-me, no ano de 1996, comprar o livro "skyscrapers" de Judith Duprè e Philip Johnson na Bertrand.
primeiro fascinou-me a forma do livro; meio metro de altura a acompanhar as fotografias panorâmicas ao alto dos arranha-céus.
depois, o conceito arranha-céus.
foi lá que me apaixonei pelo Flatiron building e o Empire State Building, soube a história do Chrysler Building e da antena de aço, conheci o Seagram Building. no livro, a fotografia das Petronas Towers ainda eram de uma maqueta.

Independentemente dos erros que tem, o Dubai tem o orgulho de ter (neste momento) o mais alto edifício do mundo - o Burj Khalifa; e eu babei-me a ver e a subir ao Empire State Building do séc. XXI;
para mim, a vista para a cidade de um arranha-céus é de uma equivalente à de um arquitecto a ver a maquete;
esta Gulliverisation, termo que ando a estudar a propósito da imensidão e escala da publicidade nos edifícios, fascina-me.
a monstruosidade do conjunto de arranha-ceús desenha um perfil de rua submerso pela sua arquitectura, reforçando a ideia de que estar cá em baixo é como mergulhar na cidade, e subir a um edíficio é vir à tona, poder respirar e ter uma visão global.
não é o caso da fotografia que coloquei do Dubai. os edifícios surgem meios perdidos numa malha que não existe.
falando sucintamente e na visão de "arquitecto" da coisa:
o Dubai não é mais do que um conjunto de pólos atractivos do ponto de vista turístico:
o edifício mais alto do mundo; os shoppings temáticos; a pista de ski artifical, a ilha artifical em forma de palmeira, ou o hotel mais luxuoso do mundo.
a uní-los estão grandes estradas e viadutos que se sobrepõem caóticamente como layers consoante a necessidade (ou esquecimento) surgindo por vezes em frente a construções prévias (algumas luxuosas); o metro será porventura esse maior esquecimento (o viaduto mais alto do canto inferior esquerdo).
acima de tudo faltou projecto urbano;
algo que provavelmente não lhes interessa porque, assim como um parque de diversões, apenas precisamos de saber qual a atracção que vamos a seguir independentemente da maneira como se ligam. esse caminho não interessa.
o que interessa é o próximo carrocel de diversão.
e em matéria de diversões, acreditem, o Dubai tem tudo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto da tua maneira de escrever...

CCB disse...

Foi so ha 38 anos...
O cultivo das perolas deu lugar ao betao...