terça-feira, junho 22, 2010

Big Ben RGB

Photobucket

faço uma instalação de um muro todo feito de televisores e nele transmitia a imagem do Big Ben.
um muro à escala que filmava o Big Ben e transmitia noutro ponto do planeta e em tempo real essa gravação do Big Ben.

olhavam para o muro e o que estavam a ver?
O Big Ben ou um muro feito de televisores?

Vêem o Big Ben a ser transmitido por televisores ou televisores a transmitirem o Big Ben?

a tricky question:
o que faz, ou o que se considera, a arquitectura da fachada multimédia?
(ou da própria arquitectura)?
a matéria de que é feita, ou a imagem que transmite?
ou a imagem que transmite o material de que é feita?

a pedra transmite pedra
a televisão transmite o Big Ben!
não é? mas...

Yah, é um muro de televisores que transmitem a imagem do Big Ben.
mas não podemos dizer que estamos a ver o Big Ben?
eu olho e vejo o Big Ben! O Big Ben está ali representado.

ainda que virtualmente.
mas na realidade é uma parede. feita de televisores.

vou desligar a parede.
aqui sim, é uma parede de televisores.

concluíndo,
este on/off da fachada multimédia faz-me muita confusão;

ao mesmo tempo a arquitectura é feita de um material, que transmite luz, que por sua vez compõe imagens que representam a linguagem do edifício, linguagem essa que no fundo é feita do material, que transmite luz e que compõe imagens que representam a linguagem do edifício que é feito do material que transmite luz que compõe imagens que representam a linguagem do edifício que (...)

get it? é este o meu nó.

2 comentários:

trigo disse...

a resposta "yah, é um muro de televisores que transmitem a imagem do Big Ben" está certa. :)
e parece-me que, para o caso, o facto de a parede ter vários televisores ou apenas um é completamente irrelevante. podia ser uma parede feita de um ecrã gigantesco que era igual.
o que pode interessar na fachada multimédia não é, de certeza, o número de televisores que a compõem mas a mensagem/conteúdo que ela está a passar.
não me parece que haja nó.
quanto muito é o nó que existe em tudo o que tem duas funções.
torradeira ou grelhador? telefone ou leitor de mp3? homem ou mulher? (esta no caso dos travestis)
no fundo é isso. a fachada multimédia é um travesti, com todos os nós que isso pode trazer a alguém que não esteja habituado a lidar com eles.

Anónimo disse...

certíssimo, não há nó.
acho que encontrei algumas respostas.
tem tudo a ver com a maneira como usas "a malha de luz" (ou,... o material "pedra")
posso criar uma especial relacionada com a forma do edifício (certo?) e assim dar lhe identidade.

quando ligada, tem esse efeito de dinâmica e transmissão de mensagens, assim como um material (p.ex pedra) possa ter um efeito de, por exemplo, reflexão.

é tudo uma questao de saber usar o material "multimédia" como "tijolo digital" e construir com ele uma arquitectura.

"não se questiona mais o que é arquitectura mas o que podemos fazer com ela"
e com uma linguagem multimédia tens o potencial de uma linguagem dinâmica, comunicativa e interactiva. linguagem essa (e era esse o nó) que se considera simplesmente por "linguagem multimédia" onde está implícito isto tudo que eu queria "separar".

o que dá nó é que a dinamica e comunicação tem de surgir por "obrigação" e nao por "acrescento" porque senao cai no erro de se tornar "show off".

ou é essa mutação e espectáculo "mágico" de uma arquitectura que fascina? (ou nao.. porque nao tem funcionalidade quando é meramente grafico? )

sei la

tou a desesperar..

:P