-Sou Sou Fujimoto.
E assim começou a conferência de hoje no Fantas de Sou Fujimoto na semana dedicada ao cinema e arquitectura.
Alguns dirão que a conferência nada teve a ver com o cinema, ao que eu respondo que teve bastante a ver com as visões e conceitos que o cinema transporta para a tela em formato arquitectónico, e que na sua maioria são cépticas. (Ou não fossem os filmes escolhidos terem títulos como Metropolis, Blade Runner, Dark City, I am Legend ou A.I.). Mas vamos ao Senhor Fujimoto.
O Senhor Fujimoto é, como qualquer arquitecto, um homem de ideias. Um homem de conceitos, com visão. E fã de Siza.
Abordou o conceito de Nest e Cave, ambos primitivos na forma de habitar, mas que surgem com uma grande diferença: O nest é modelo do homem. A cave é natural e adaptada pelo homem.
Hmm.. interessante. Falou de Corbusier e na composição construtiva em dominó e como ela foi primitiva do movimento moderno. No fundo, O sistema dominó e toda arquitectura contemporânea assenta em três elementos: chão/piso, pilar e escada.
O que Fujimoto trouxe de novo hoje à arquitectura foi o conceito da união destes três elementos. O chão, que molda os diferentes espaços de habitar em escada que resulta também estruturalmente.
Como uma nova ideia de caverna. Um conceito interessante.
Apresentou um exemplo desta ideia que eu achei genial; a Final Wooden House.
Apresentou um exemplo desta ideia que eu achei genial; a Final Wooden House.
Um cubo sem divisões, apenas com desníveis criados pelo módulo de 35 cm de madeira. Poético, simples.
Mas, conceptual do meu ponto de vista.
Mas, conceptual do meu ponto de vista.
Posso parecer presunçoso com o meu discurso, mas durante a conferência, de quando a quando o Senhor Fujimoto comparava-se a Corbusier, igualando-se e sugerindo que seria igualmente inovador. Só faltava dizer que era Corbusier do séc. XXI. E isso começava a irritar-me.
O outro projecto era uma casa, cuja implantação sugeria um ramo de árvore. O interior era um espaço contínuo, sem paredes, totalmente aberto para a paisagem no cimo do monte. E falava do conceito como se fosse original.
Cof..cof.. Casa Farnsworth.. Mies.. Cof cof..
Adiante, um projecto mais interessante: N House.
Um espaço dentro de um outro espaço. Do mais íntimo (interior) para o mais público (exterior). Como Bonecas Russas.
As fotografias do projecto são lindíssimas. Mas só a cobertura recortada que cria estes efeitos custou metade do projecto todo. E eu pergunto: na prática a cobertura o que faz? Ok, jogos de luz. Hmm.. Não sei, mas pareceu-me demasiado frágil, e só me lembrava do projecto da casa em Alenquer dos Aires Mateus e como esse projecto me parecia muito mais sólido, com um conceito parecido de espacialidade.
As fotografias do projecto são lindíssimas. Mas só a cobertura recortada que cria estes efeitos custou metade do projecto todo. E eu pergunto: na prática a cobertura o que faz? Ok, jogos de luz. Hmm.. Não sei, mas pareceu-me demasiado frágil, e só me lembrava do projecto da casa em Alenquer dos Aires Mateus e como esse projecto me parecia muito mais sólido, com um conceito parecido de espacialidade.
Bem, podem dar uma vista de olhos nos outros projectos (recomendo vivamente), mas se me perguntarem se fiquei fã (agora que percebo mais um bocado da coisa), digo que não.
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