quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Sou Fujimoto - Primitive Future

-Sou Sou Fujimoto. 
E assim começou a conferência de hoje no Fantas de Sou Fujimoto na semana dedicada ao cinema e arquitectura.
Alguns dirão que a conferência nada teve a ver com o cinema, ao que eu respondo que teve bastante a ver com as visões e conceitos que o cinema transporta para a tela em formato arquitectónico, e que na sua maioria são cépticas. (Ou não fossem os filmes escolhidos terem títulos como Metropolis, Blade Runner, Dark City, I am Legend ou A.I.). Mas vamos ao Senhor Fujimoto.
O Senhor Fujimoto é, como qualquer arquitecto, um homem de ideias. Um homem de conceitos, com visão. E fã de Siza.
Abordou o conceito de Nest e Cave, ambos primitivos na forma de habitar, mas que surgem com uma grande diferença: O nest é modelo do homem. A cave é natural e adaptada pelo homem.
Hmm.. interessante. Falou de Corbusier e na composição construtiva em dominó e como ela foi primitiva do movimento moderno. No fundo, O sistema dominó e toda arquitectura contemporânea assenta em três elementos: chão/piso, pilar e escada.
O que Fujimoto trouxe de novo hoje à arquitectura foi o conceito da união destes três elementos. O chão, que molda os diferentes espaços de habitar em escada que resulta também estruturalmente. 
Como uma nova ideia de caverna. Um conceito interessante.
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Apresentou um exemplo desta ideia que eu achei genial; a Final Wooden House.
Um cubo sem divisões, apenas com desníveis criados pelo módulo de 35 cm de madeira. Poético, simples.
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Mas, conceptual do meu ponto de vista. 
Posso parecer presunçoso com o meu discurso, mas  durante a conferência, de quando a quando o Senhor Fujimoto comparava-se a Corbusier, igualando-se e sugerindo que seria igualmente inovador. Só faltava dizer que era Corbusier do séc. XXI. E isso começava a irritar-me. 
O outro projecto era uma casa, cuja implantação sugeria um ramo de árvore. O interior era um espaço contínuo, sem paredes, totalmente aberto para a paisagem no cimo do monte. E falava do conceito como se fosse original.
Cof..cof.. Casa Farnsworth.. Mies.. Cof cof..
Adiante, um projecto mais interessante: N House.
Um espaço dentro de um outro espaço. Do mais íntimo (interior) para o mais público (exterior). Como Bonecas Russas.
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As fotografias do projecto são lindíssimas. Mas só a cobertura recortada que cria estes efeitos custou metade do projecto todo. E eu pergunto: na prática a cobertura o que faz? Ok, jogos de luz. Hmm.. Não sei, mas pareceu-me demasiado frágil, e só me lembrava do projecto da casa em Alenquer dos Aires Mateus e como esse projecto me parecia muito mais sólido, com um conceito parecido de espacialidade.
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Bem, podem dar uma vista de olhos nos outros projectos (recomendo vivamente), mas se me perguntarem se fiquei fã (agora que percebo mais um bocado da coisa), digo que não. 

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