Wall-E ou o mundo em que vivemos.
É incrível como uma animação computorizada é capaz de puxar para a lágrima e uma personagem de um robot ter mais sentimentalismo que o próprio ser humano.
No fundo, Wall-E é o robot a ensinar o humano a ser humano. Uma crítica forte à sociedade de hoje (e futura?), tecnologicamente recheada, virtualmente avançada, dependente da tecnologia robótica e consequentemente sedentária (a população gorda, a passar o dia numa cadeira com um visor em frente à cara a beber um grande copo de refrigerante é uma das imagens exageradamente reais de um futuro possível). Como se a tecnologia viesse para nos separar e isolar numa bolha em vez de nos unir.
Há uma mensagem tão grande neste filme, que será impossível reduzí-lo a uma história de amor entre robots. Há tantas mensagens subliminares que é difícil numerá-las.
Wall-E é um robot que tem como tarefa limpar o planeta Terra, abandonado pelos humanos pelo grau de lixeira acumulado, que não tiveram outra hipótese senão viver numa espécie de cruzeiro espacial até a Terra voltar a ter condições de vida para ser recolonizada.
Ainda tenho em mente grandes cenas, de diálogo mudo entre os dois, dos gestos que fazem, das experiências que partilham.
Claro que não nos podemos esquecer do facto de se tratar (também) de um filme para crianças, e por vezes ocorre-se a um ou outro cliche, mas perfeitamente perdoável, porque tudo o resto é milhentas galáxias superior.
É uma história difícil de explicar mas incrivelmente bem contada e escrita, porque no filme, Wall-E acaba por ser um papel secundário, um mero robot programado (assim como EVA) mas que no fundo, nos dá a lição que a vida só faz sentido porque existe alguém como o Wall-E.
Numa palavra: apaixonante.
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