quarta-feira, março 16, 2011

Pós-Arquitectura


OYES Chair / Hofman Dujardin



A opinião/visão de um semi-leigo no assunto. Ou um leigo em constante aprendizagem:
O que é arquitectura contemporânea?
Sem querer cair em chavões, e considerando numa linha temporal iniciada no séc. XX com o modernismo, a arquitectura enfrentou correntes que modificaram ou moldaram maneiras de pensar a arquitectura e a arquitectura em si.
Com isto, e na tal lógica de acompanhamento de progressivos movimentos tais como "pós-modernismo", e uma actual "arquitectura de vanguarda" liderada por esses "grandes" dos Starchitects , considero (ingenuamente) o actual panorama e a maneira de pensar arquitectura como "pós-arquitectura".

Ou seja, quero com isto dizer que a multidisciplinaridade de um gabinete, as ferramentas de trabalho actualmente existentes e o próprio cliente, rodeiam-se de mecanismos dissociáveis de uma prática "limpa" e fenomenológica de arquitectura.
Porque hoje um arquitecto é mais que um simples arquitecto.
E porque a arquitectura se estende para lá do campo. Ou então são outros campos que invadem a arquitectura. (podendo isto ser positivo ou negativo).
Quando falo aqui de pós-arquitectura, refiro-me aos limites (que não existem, porque hoje "pode-se fazer tudo"), ao processo (que não passa sem imagens photoshopadas, na imagem para capas de revista, de vídeos de demonstração e de alguma expansão de relações para lá de uma posição inerte e inerente à arquitectura), e que no final se mostram numa plataforma de acesso generalizado (internets, blogues, etc).

Falo hoje em pós-arquitectura. Uma arquitectura que já não é arquitectura e que funciona "mais à frente", numa posição em que o arquitecto é um pós-arquitecto, sendo este pós-arquitecto uma entidade plural ou (como antigamente) um singular.
Um pós-arquitecto que poderá nem sequer fazer arquitectura mas escrever sobre ela e construí-la por palavras, ou ser um observador que fotografa com o olhar de arquitecto e constrói imagens de arquitectura ou de realidades utópicas.
Deste modo, a arquitectura hoje (ou contemporânea), vivendo fora do que se poderia considerar o seu próprio campo, poderia definir-se como "pós-arquitectura". (?)

E foi este o meu desabafo.

5 comentários:

Arquitectura disse...

tás tão crescido... *sniff* *sniff*

limites disse...

há um mundo bem melhor!...

PHOTOSHOP disse...

NÃO! NÃO! TUDO MENOS ISSO!

Hugo Mendonça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hugo Mendonça disse...

Caro Francisco,
Primeiro de tudo, devo dizer que me entusiasma este tipo de "desabafos" no teu blog.lembro-me que das últimas vezes que o fizeste nem sempre fui benevolente nos meus comentários, mas penso que sempre nos entendemos.
Gostaria de começar o meu comentário por discordar quando te apelidas de semi-leigo. Primeiro esse significado não existe. Mas percebo o teu gesto ao mostrar uma humildade defensiva no que diz respeito ao conhecimento teórico exaustivo da prática da arquitectura mas acho que devias deixar isso para os críticos contemporâneos de arquitectura em Portugal que gostam de limpar o rabinho uns aos outros. De ti só espero que tragas problemas! Elogios á parte, comentarei apenas a 2ª frase do 1º paragrafo - ambos sabemos que dar nome a este tipo de "coisas" não só é redutor como perigoso. imagina o que era chamar os radiohead de banda rock!coitado do thom yorke. Isto para dizer que há 2 questões que me parecem pertinentes nesta frase: 1- o que é hoje um arquitecto? 2-o que é um simples arquitecto? começando por responder à segunda, na minha opinião não há arquitectos simples nem complicados, etc. porque senão temos de questionar o valor do arquitecto e isso a história da arquitectura nunca nos disse o que de facto é. simples?lembra-te dos arquitectos do renascimento. Em relação à primeira, aceito onde queres chegar com "hoje um arquitecto". mas penso que a questão que não se prende com o que "ele" faz ou que nome que "lhe" queres dar, mas antes com uma ambiguidade contemporânea de uma profissão que parece servir para tudo. Por outro lado há que tentar tudo porque não há nada específico para fazer, freelancing parece ser o hobby de qualquer arquitecto.
Por outro lado também há! sabes o quê? arquitectura! Siga Arquitecto!