Uma coisa é certa: Natalie Portman é e sempre será das minhas actrizes predilectas. Desde Garden State que fiquei com um fraquinho por ela. Falando de Black Swan, seria um filme irrepreensível, não fosse um feeling geral de momentos e ideias "forçadas". Se bem que o "twist" não faz nada mal e é sempre bem vindo, apesar de previsível. No entanto, como muito bem disseste, questiono se seria necessário dar-lhes esses contornos de "filme de terror". Também fiquei sem saber se gostei ou não. Mas a verdade é que o filme é bom, tem actuações impecáveis, cenas *escaldantes* e banda sonora no ponto. No entanto deixa no ar a sensação de "déjá vu"..
De qualquer maneira, o final vale pelo filme todo, e nisso Black Swan é um ballet de emoção a não perder.
Oficialmente, o trailer do ano. Wim Wenders presta homenagem à obra de Pina Bausch, num filme inspirado na obra da coreógrafa e bailarina que morreu no ano de 2009. E em 3D!
Sofia. Coppola. Dona de um curriculum quase imaculado (ainda assim, gostei de Maria Antonieta), realiza Somewhere, um verdadeiro retrato intimista. Ao que críticos chamam de "minimalismo europeu", é um trabalho incrivelmente bem filmado, interpretado, e humano. O filme não é "mais" do que um retrato de um homem, um pai, a atravessar os seus 30 e poucos. As referências a Lost in Translation estão lá, mas isto também é algo muito diferente. Acima de tudo, Lost in translation é uma visao feminina.
Somewhere é uma "crise existencial" masculina, numa visao feminina. E Sofia consegue isso tão bem, que o filme é daqueles que vai crescendo, como Tarantino afirmou no festival de Veneza aquando do prémio principal que recebeu.
É um "nada de especial" (daí as críticas que apontam para um vazio de acontecimentos), mas tão cheio emocionalmente que torna o filme fascinante.
Altamente recomendável para um excelente início de 2011.